Dr Edward Bach

Carreira médica – primeiros anos

Edward Bach estudou medicina primeiro em Birmingham e mais tarde no University College Hospital de Londres, onde se tornou cirurgião residente. Tabalhou também em sua clínica privada de Harley Street. Em seu trabalho como bacteriologista, fisiologista e patologista, Dr. Bach foi pioneiro com suas pesquisas de vacinas em seu laboratório.

Dr. Edward Bach se qualificou como médico em 1912. Quando recebeu seus diplomas, ele disse: “levarei cinco anos para esquecer tudo o que me foi ensinado.”

Em 1917, Dr. Bach trabalhava nas tendas dos hospitais de campanha tratando os soldados que regressavam de França, da I Grande Guerra Mundial. Um dia, de repente ele desmaiou e foi levado de emergência para o bloco operatório, vítima de uma grave hemorragia. Um tumor lhe foi retirado por seus colegas porém, seu prognóstico era pouco promissor. Quando recuperou, foi-lhe dito que lhe restavam escassos três meses de vida.

Desse modo, assim que se recuperou de seu período de convalescença, Bach regressou ao seu laboratório e retomou seu trabalho de investigação. Ele ansiava avançar tudo o possível em seu trabalho de pesquisa, no pouco tempo que aparentemente lhe sobrava. Mas com o passar do tempo, ele se sentia cada vez mais forte. Passados 3 meses, Dr. Bach se sentia mais forte do que nunca. Ele estava convencido que seu sentido de missão o salvara: tinha ainda muito trabalho por fazer.

Pesquisas homeopáticas

Sua investigação estava sendo bastante bem sucedida, porém Dr. Bach se sentia insatisfeito com o fato de a medicina esperar dos médicos e investigadores que se focassem nas doenças, ignorando as pessoas em sua totalidade. Ele sonhava com uma abordagem mais holística da medicina. Talvez isso explique porque, não sendo homeopata, ele aceitou a oferta de um cargo no Royal London Homeopathic Hospital.

Uma vez nessa instituição, ele se deu rapidamente conta das semelhanças entre seu trabalho de pesquisa com as vacinas e os princípios da homeopatia. Ele adaptou suas vacinas no sentido de produzir sete nosódios homeopáticos. Este trabalho e sua posterior publicação lhe trouxe alguma fama dentro dos círculos homeopáticos. Algumas pessoas, na época, começaram se referindo a ele como o «segundo Hanneman».

Os remédios florais

Até então seu trabalho de pesquisa esteve relacionado com as bactérias, no entanto Dr. Bach pretendia descobrir remédios mais puros e que não dependessem diretamente de doenças. Ele começou a recoletar plantas, em particular flores, na esperança de substituir seus nosódios por uma série de remédios mais suaves.

Em 1930, o entusiasmo pela direção que seu trabalho estava tomando fez com que Dr. Bach deixasse seu lucrativo negócio de Harlem Street e a cidade de Londres. Ele estava determinado a dedicar sua vida a este novo sistema médico que ele estava certo de poder encontrar em plena natureza. Como sua assistente, ele tomou uma radiografista chamada Nora Weeks.

Tal como abandonou a casa, o consultório e o emprego, Dr. Bach começou também a abandonar o método científico e a lógica reducionista. Ele permitiu, em vez disso, que seus dons naturais aflorassem, deixando gradualmente a intuição se apoderar do processo e lhe guiar às plantas certas.

Ao longo de anos de tentativa e erro, preparando e testando milhares de plantas, Dr. Bach encontrou um a um e todos os remédios que procurava. Cada planta tencionando tratar um estado mental ou emocional específico. Desse modo ele descobriu que, tratando a personalidade e os sentimentos de seus pacientes, sua infelicidade e tensão física se poderiam aliviar naturalmente, à medida que o potencial curativo de seus corpos se ia desbloqueando e permitindo seu correto funcionamento.

Sua vida se regeu pelas estações do ano entre 1930 e 34, em um padrão sazonal: durante a Primavera e o Verão, Dr. Bach preparava e procurava remédios; de Outono e de inverno, ele prestava conselho e ajuda a quem o viesse procurar. Seus invernos se passavam na cidade costeira de Cromer, foi aí onde ele fez amizade com o terapeuta e construtor local Victor Bullen.

A conclusão de seu trabalho

Em 1934, Dr. Bach e Nora Weeks se mudaram para Mount Vernon, na pequena aldeia de Brighwell-cum-Sotwell em Oxforshire. Em os campos e veredas da aldeia ele encontrou as plantas que necessárias para completar seu sistema. Nessa época, seu corpo e sua alma estavam tão sincronizados com seu trabalho que Bach chegava a sofrer dos mesmos estados emocionais para os quais estava procurando cura, e experimentava plantas e flores até encontrar aquela que o ajudaria, cessando o efeito nefasto de dita emoção. Desse modo, com grande esforço e sacrifício pessoal ele pode completar o trabalho de sua vida.

Um ano após ter dado por terminada sua pesquisa e seu sistema floral por completo, Dr. Bach faleceu pacificamente na noite de 26 de Novembro de 1936. Ele tinha apenas 50 anos, porém tinha superado seu prognóstico de vida em mais de 20 anos. Nos deixou o equivalente a várias vidas de investigação e esforço e um sistema médico utilizado em todo o mundo.

Dr. Bach gozou de vários anos de pesquisa bem sucedida e reconhecida. Seu trabalho lhe trouxe fama e um alto estatuto profissional, tanto entre médicos ortodoxos como homeopáticos. Agora ele tinha criado uma abordagem totalmente nova de cura que se concentrava exclusivamente nas emoções e na cura espiritual em vez do enfoque usual nos sistemas físicos.

Era de se esperar que quando morresse Dr. Bach nos deixasse prateleiras repletas de anotações e escritos publicados. Porém, também aqui ele pretendia deixar tudo o mais limpo e organizado possível. Durante o processo de descoberta de cada floral, ele ia removendo de sua prática todas as teorias e ideias desnecessárias. As primeiras influências a ser eliminadas foram o seu laboratório e a pesquisa convencional, após isso muitas outras coisas se seguiram.

Por exemplo, ele descontinuou a técnica de sucussão homeopática, investigou e descartou os vínculos entre seus remédios tipo e a astrologia, desistiu de diagnóstico pelos sintomas físicos e abandonou muitíssimas outras ideias desnecessárias, como a de que certos remédios trabalham nos planos superiores e outros nos planos inferiores do ser.

Próximo do final ele fez uma fogueira no pátio de Mount Vernon onde queimou muitas de suas anotações iniciais, com a intenção de que elas não sobrevivessem, assim, de futuro, elas não correriam o risco de desviar as pessoas da simplicidade alcançada em seu trabalho. Tudo o que precisava ser dito tinha sido dito nas 32 páginas do livro Os Doze Remédios Curadores.

Para ele, o trabalho descartado e as ideias abandonadas eram como andaimes: úteis enquanto se constrói as paredes e se coloca o telhado porém, uma vez habitável a casa, os andaimes se tornam desnecessários e incómodos.

Em 1936, algumas pessoas começaram a promover a idéia de combinar os 38 remédios em um elixir e assim resolver os problemas de todos com um único mix – uma idéia que o Dr. Bach já tinha tentado e abandonado.

«Penso que agora que vocês viram todas as fases desse trabalho» escreveu ele a seu amigo Victor Bullen em outubro desse ano, um mês antes de morrer: «é prova do valor de nosso trabalho, o fato de agências matérias se erguerem para o distorcer, porque a distorção é uma arma bem mais forte do que a tentativa de destruição».

Na mesma carta ele indica a senda que seus sucessores deveriam seguir:

«Nosso trabalho é aderir rápida e prontamente à simplicidade e pureza desse método de cura; e quando uma próxima edição de Os Doze Remédios Curadores for necessária, deveremos fazer uma introdução mais extensa, realçando firmemente o inócuo, simples e maravilhoso poder de cura dos remédios florais